Fala pessoal,
Como se não bastasse a preocupação com a COVID-19, esse período de distanciamento social pode trazer diversas alterações metabólicas que não são desejáveis atualmente.
Com a quarentena as pessoas diminuíram bastante o nível de atividade física que estavam acostumadas a fazer. Não estou me referindo somente aos exercícios físicos não, e sim as atividades cotidianas que contribuíam para que nosso corpo ficasse mais ativo durante o dia. Assim, há uma queda da taxa metabólica basal com diminuição do gasto calórico ao longo do dia. Associado a isso, vemos uma piora dos hábitos alimentares provenientes da tentativa de lidar com o estresse ou pela busca do prazer na alimentação. Vemos petiscos a toda hora, aumento na quantidade, opção por alimentos açucarados e calóricos. Porém, em seguida pode vir o sentimento de culpa, gerando mais ansiedade, levando a um ciclo vicioso. Isso tem muita relação com o hormônio cortisol, que além de ser o hormônio vinculado ao estresse, tem relação com o aumento da vontade por doces.
Esses dois fatores, inatividade física + aumento da ingestão calórica, favorecem o ganho de peso e o início de resistência insulínica, tão prejudicial para o organismo. E é aí, que mora o perigo, em algumas pessoas, como naquelas com maior idade, esse ganho de peso e essas alterações metabólicas são mais difíceis de regredir quando a nossa realidade voltar ao normal.
Vemos também uma queda do condicionamento físico com a diminuição dos exercícios físicos, tanto da parte aeróbica quando da força. A capacidade aeróbica após uma média de 9 semanas de destreino cai por volta de 20%, já a força diminui por volta de 30% após um período mais longo de 30 semanas. De qualquer forma, essa queda do condicionamento físico é importante não só aos atletas, mas também a todos os esportistas no geral.
A boa notícia é que a reconquista das adaptações com o retreino, ocorre muito mais rápida naqueles indivíduos previamente treinados. Por esses e outros motivos (já citados em outros artigos aqui), é importante manter-se ativo, realizando exercícios físicos nesta fase de confinamento por COVID-19.
Temos diversas opções online, com ótimas orientações para seguir, individuais ou em grupo, sozinhas ou de forma personalizada com educadores físicos.
Dada a importância do tema, autores espanhóis publicaram um estudo sugerindo uma estratégia de treinamento em casa para manter a função muscular, o controle glicêmico e capacidade funcional em idosos com diabetes, com protocolo em 3 níveis de intensidade (fácil, médio ou difícil). Deixarei o link do artigo que está disponível gratuitamente e foi publicado no Diabetes Journal.
Clique aqui para conferir o artigo
Se cuidem e nada de ficar parado!
A Dra. Caroline Nagano é médica especialista em Cardiologia, Medicina Esportiva e Clínica Médica e tem entre os focos de sua atenção profissional a prevenção das doenças cardiovasculares típicas, para uma melhor qualidade de vida, e um envelhecimento ativo e saudável.
Veja o currículo completo da Dra.Fala pessoal, Como se não bastasse a preocupação com a COVID-19, esse período de distanciamento social pode trazer diversas alterações metabólicas que não são desejáveis atualmente.