E aí? O que você acha sobre esse assunto?
No mundo médico esta relação é controversa, sem respaldo científico, mas a maioria dos médicos pedem para evitar o uso em pacientes com maior risco.
A importância dos fatores de risco relacionados ao estilo de vida como o álcool e a obesidade são amplamente reconhecidas em algumas arritmias como na fibrilação atrial. Porém, a dúvida permanece a respeito de bebidas cafeinadas como cafés e chás .
Em estudos de revisão (que juntam vários estudos sobre o mesmo tema para se tirar uma conclusão) como este último que tomei por referência publicado no Jornal de renome do Colégio Americano de Cardiologia (JACC), não se consegue concluir que a ingestão de cafés poderia levar ao início de arritmias mesmo em cardiopatas como em pacientes com insuficiência cardíaca. Mesmo assim, foi assumido que o café, por ser um estimulante, poderia contribuir para tal, já que a cafeína é o constituinte principal do café ( 1 xícara de café contém aproximadamente 95mg de cafeína).
A cafeína pode permanecer no nosso organismo até 6h após a ingestão e ela tem uma gama de efeitos simpáticos, podendo elevar a frequência cardíaca, aumentar o tráfico intracelular de cálcio (aumentando a automatismo atrial), além do aumento agudo de adrenalina e noradrenalina e a melhora do cansaço e do estado de alerta.
O que se sugere é que na verdade os efeitos que sabemos que a cafeína pura em altas doses poderia causar sendo pró-arrítmica, ela dentro do café teria esse efeito contrabanceado já que o café tem diversos antioxidantes e um efeito inibitório nos receptores de adenosina (substância que poderia predispor arritmias).
Na prática, vemos que alguns pacientes realmente relatam aumento de palpitações ou extra-sístoles com ingestão em excesso de cafés. Principalmente naqueles que já tem essa queixa e nos pacientes ansiosos.
Nesses casos, é importante a individualização do tratamento e ouvir o paciente.
Algumas pessoas realmente são mais sensíveis que outras e caso apresentem sintomas, devemos sim pedir para evitar o uso de cafés ou chás (normalmente os pretos ou verdes).
Em relação a outras bebidas energéticas observamos aumento de arritmias principalmente quando associadas ao álcool, pois nestas bebidas existem outras substâncias que podem potencializar a cafeína como a efedrina.
Além disso, a cafeína pura é muito utilizada para aumentar a performance nos treinos por diminuir a sensação de cansaço.
Nestes casos, a seleção da dose e a avaliação das doenças prévias existentes deverá ser feita criteriosamente e com auxílio de profissional de saúde!
E aí, gostou das informações? Eu adorei, pois amo café e não gostaria de ficar sem.
Para maiores informações sobre Arritmias veja esse meu vídeo: Arritmias | Doutor TV
A Dra. Caroline Nagano é médica especialista em Cardiologia, Medicina Esportiva e Clínica Médica e tem entre os focos de sua atenção profissional a prevenção das doenças cardiovasculares típicas, para uma melhor qualidade de vida, e um envelhecimento ativo e saudável.
Veja o currículo completo da Dra.E aí? O que você acha sobre esse assunto?
No mundo médico esta relação é controversa, sem respaldo científico, mas a maioria dos médicos pedem para evitar o uso em pacientes com maior risco.